Por Samuel Cascaes Natal | samuel@inovarum.net

Procedimento operacional é uma descrição detalhada de todas as operações necessárias para a realização dos procedimentos operacionais nas manutenções ou operação elétrica em cumprimento com a NR 10, ou seja, é uma padronização para realizar essa atividade.

Estes procedimentos operacionais inicialmente foram criados para padronizarem a execução de uma tarefa, onde esta execução fosse realizada por mais de um trabalhador em diferentes turnos, por exemplo, para que não fosse realizado de modo diferente, mesmo que os trabalhadores desses turnos não se encontrem.

Os procedimentos podem ser elaborados de forma descritiva ou através de fluxogramas, que descrevem o passo a passo para a realização da atividade a ser executada, em algumas organizações são implantadas outras ferramentas da qualidade na elaboração dos procedimentos, como o 5W 2H, com a finalidade de responder algumas perguntas: quem faz?; o que faz?; quando faz?; como faz?; onde faz?.

Atualmente por muitos considerados os procedimentos operacionais como uma ferramenta puramente técnica e gerencial do setor de qualidade, conhecidos também por Instruções de Trabalho – IT ou Procedimento Operacional Padrão – POP, os procedimentos tem uma grande importância no setor elétrico, além de uma exigência legal, padroniza a tarefa a ser executada buscando a segurança dos trabalhadores.

Na elaboração dos procedimentos do setor elétrico, é essencial que estes estejam em cumprimento da NR 10, descrevendo todas as medidas de controle necessárias para a execução das tarefes além das informações técnicas necessárias, focando sempre o trabalhador que realmente vai executar a tarefa, ou seja, o eletricista.

Em cumprimento NR 10, no item 10.2.4, alínea “a” as empresas devem possuir “conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de controle existentes;” deve-se então, descrever detalhadamente todos os serviços executados na manutenção e/ou operação elétrica.

Análise de Riscos – Norma ABNT NBR ISO 12100 e ABNT NBR ISO/IEC 31010

Para determinar as medidas de controle dos serviços em instalações elétricas, é necessário realizar um processo de avaliação de riscos, que é o processo global de identificação de riscos, denominado análise de riscos. A análise de riscos possibilita o entendimento dos riscos, suas causas e consequências. Isto proporciona uma entrada para decisões sobre:

  • Se convém que uma atividade seja realizada;
  • Se os riscos necessitam ser tratados;
  • A escolha entre opções com diferentes riscos;
  • A priorização das opções de tratamento de riscos;

A seleção mais apropriada de estratégias de tratamento de riscos que trará riscos adversos a um nível tolerável.

 

A análise de riscos é realizada conforme a norma ABNT NBR ISO 12100 e ABNT NBR ISO/IEC 31010 e é uma técnica utilizada para conduzir o processo de avaliação de riscos, valorando a gravidade, exposição e probabilidade, da seguinte forma:

  • Categoria de Gravidade: Avalia a intensidade ou profundidade do risco de acidente, conforme:
    • Não é grave: Pequenos cortes, contusões, inchaços;
    • Pouco grave: Incapacidade temporária;
    • Grave: Incapacidade permanente;
    • Muito grave: Morte;
    • Extremamente grave: Elevado número de mortes. Grandes perdas.

 

  • Categoria de Exposição: Frequência de ocorrência de risco ou período de tempo ao qual existiu exposição a risco de acidente. A seleção é baseada na observação, experiência e conhecimento da atividade em causa, conforme:
    • Raro: Sabe-se que ocorre, mas com baixíssima frequência;
    • Irregular: De uma vez por mês a uma vez por ano;
    • Ocasional: De uma vez por semana a uma vez por mês;
    • Frequente: Aproximadamente uma vez por dia;
    • Contínua: Muitas vezes por dia.

 

  • Categoria de Probabilidade: Probabilidade de que o acidente se produza quando se está exposto ao risco. Isto é determinado pela consideração de cada passo na sequência de acidente, todo o caminho para as consequências, e com base na experiência e conhecimento da atividade, conforme:
    • Nunca aconteceu: Acidente como coincidência extremamente remota (Nunca aconteceu, depois de muitos anos de exposição);
    • Repetição improvável: Acidente como coincidência remotamente possível. Isso já aconteceu aqui (probabilidade de 1 %);
    • Raro: Acidente como coincidência rara (probabilidade de 10 %);
    • Possível: Acidente como perfeitamente possível (probabilidade de 50 %);
    • Muito provável: Acidente como resultado mais provável e esperado, se a situação de risco ocorrer.

Esta avaliação de possíveis consequências relacionadas ao risco determina o grau de risco de exposição do trabalhador e assim as medicas de controle necessárias para a execução da atividade, que poderão ser categorizados da seguinte forma:

  • Trivial: não requer ação específica.
  • Tolerável: Nenhum controle adicional é necessário. Pode-se considerar uma solução mais econômica ou a aperfeiçoamento que não imponham custos extras. A monitoração é necessária para assegurar que os controles sejam mantidos.
  • Moderado: Devem ser feitos esforços para reduzir o risco, mas os custos de prevenção devem ser cuidadosamente medidos e limitados. As medidas de redução de risco devem ser implementadas dentro de um período de tempo definido. Quando o risco moderado é associado a consequências extremamente prejudiciais, uma avaliação adicional pode ser necessária, a fim de estabelecer, mais precisamente, a probabilidade de dano, como uma base para determinar a necessidade de medidas de controle aperfeiçoadas.
  • Substancial: O trabalho não deve ser iniciado até que o risco tenha sido reduzido. Recursos consideráveis poderão ter de ser alocados para reduzir o risco. Quando o risco envolver trabalho em execução, ação urgente deve ser tomada.
  • Intolerável: O trabalho não deve ser iniciado nem continuar até que o risco tenha sido reduzido. Se não for possível reduzir o risco, nem com recursos ilimitados, o trabalho tem de permanecer proibido.

A PREDIRE possui uma equipa técnica capacitada que vai até a empresa para levantar as informações técnicas necessária para a elaboração procedimentos operacionais e análise de riscos, padronizando o processo nos serviços em instalações elétricas, através de fluxogramas e/ou descritivamente o passo a passo para cada atividade, definindo com a empresa a melhor forma de execução e determinando as medidas de controle necessárias para anular ou controlar os riscos da atividade.

Os procedimentos operacionais podem ser separados pelos seguintes grupos, dependendo da necessidade:

  • Procedimentos administrativos:
    • Análise de Riscos;
    • Ordem de serviço;
    • Prontuário das instalações elétricas;
    • Especificação, utilização e controle de equipamentos de proteção individual e coletiva e ferramentas.
  • Procedimentos de segurança:
    • Sinalização e isolamento do local de trabalho;
    • Detecção de tensão;
    • Aterramento temporário;
    • Posicionamento de escada e linha de vida;
    • Verificação de estruturas.
  • Procedimentos de operação e manutenção:
    • Processo de desenergização;
    • Processo de energização;
    • Manutenções e/ou operações em baixa e/ou alta tensão;
    • Inspeções;
    • Ensaios.
  • Procedimentos de emergência:
    • Resgate em trabalho em altura;
    • Resgate em espaço confinado;
    • Situação de emergência em instalações elétricas, etc.

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